A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aumentou sua previsão de crescimento das vendas no varejo brasileiro de 1,8% para 2% este ano, devido às contribuições do retorno da inflação e da taxa de câmbio, bem como aos sinais positivos no mercado de trabalho.
De acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas no comércio varejista brasileiro aumentaram 0,7% em julho, após um aumento de 0,1% no mês anterior.
No acumulado do ano, as vendas no varejo cresceram 1,5% em comparação com o mesmo período de 2022, com bom desempenho nos segmentos de hiper e supermercados (2,7%), farmácias, drogarias e perfumarias (3%), e combustíveis e depósitos (11,3%).
José Roberto Tadros, presidente da CNC, afirma que a expectativa positiva da confederação também está relacionada aos efeitos dos juros mais baixos sobre as condições de consumo. Ele acredita que “um ambiente mais propício ao consumo deve se fortalecer a partir da segunda metade deste ano”.
Após uma análise do primeiro semestre de 2020, considerada o período mais crítico da perda de atividade econômica devido à pandemia, as vendas no varejo cresceram 4,2%, diminuindo uma recuperação gradual do setor.
O aumento nas vendas de produtos essenciais deve à desaceleração dos preços e à menor dependência desses segmentos em relação às condições de crédito. No entanto, atividades mais dependentes de crédito, como artigos de uso pessoal e doméstico, vestuário e calçados, e móveis e eletrodomésticos, registraram variações negativas em vendas nos últimos 12 meses.
O alto comprometimento da renda das famílias com o pagamento de dívidas também impactou esses segmentos, com um índice de 29,7% em julho deste ano, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da CNC.