Um relatório feito pela Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) reprovou 25 marcas de creatina vendidas no Brasil, do total de 66 analisadas, por conta da impureza dos produtos. Elas não apresentavam a concentração mencionada no rótulo, e, em alguns casos, nem continham creatina.
A análise feita verifica a variação máxima da creatina, ou seja, a concentração de outros ingredientes que não sejam o suplemento. Pelas normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é permitido que essa concentração seja de até 20%.
Porém, algumas marcas tiveram até 100% de variação, o que quer dizer que os compostos encontrados não eram creatina, e sim outros produtos.
“Para surpresa dos profissionais da área de Nutrição existem marcas que não tinham nada de creatina e isso é medido pela porcentagem de pureza”, analisa a nutricionista Annete Marum, doutora em Genômica Nutricional pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
“Importante salientar que as empresas SUPLEY (fabricante marcas Probiotica e Max Titanium), INTLAB (das marcas AGE, MonsterFeed, Intlab e Cellucor) e BRG (Integralmédica e Darkness) tiveram seus produtos testados, porém entraram com medidas jurídicas para não divulgação dos resultados”, escreveu a Abenutri.
Após a publicação da matéria, o Grupo Supley, das marcas Max Titanium e Probiotica, entrou em contato com a reportagem do NSC Total para se posicionar através de nota.
“NOTA SUPLEY
Em respeito aos seus consumidores e ao mercado em geral, o Grupo Supley esclarece que optou pela medida judicial visto que o plano de monitoramento da Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) não segue os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes. Entre as inconsistências das análises, cabe destacar:
O laboratório da Universidade Evangélica de Goiás não é credenciado pela Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde (Reblas) habilitados pela Anvisa e, por isso, não está apto para realização de análises oficiais e para monitoramento de produtos;
A pesquisa em questão usa metodologias que não são reconhecidas para o ramo alimentar e de suplementos e legislação desatualizada;
O documento da pesquisa é assinado por um comerciante de suplementos que não tem formação técnica para tal.
A Anvisa e o próprio Grupo Supley realizam análises rotineiras de todos os produtos e marcas fabricados pela empresa, sem qualquer registro de inconformidade. A companhia adota as melhores práticas para garantir o padrão de qualidade, alguns deles inclusive com selo Creapure, e reforça seu compromisso com o direito do consumidor e a legislação vigente, trazendo total transparência em seus rótulos.“
A marca FTW também entrou em contato com o NSC Total na segunda-feira (27), quando afirmou em nota que solicitou a reanálise do produto pela Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) e recebeu laudo de aprovação. Confira a nota:
“A FTW, marca do laboratório Fitoway, esclarece que, por divulgação do teste realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri), a FTW solicitou reanálise da Creatina Ultra que culminou na devida aprovação e emissão de laudo de ensaio laboratorial correspondente em setembro de 2023.
Com o esclarecimento dos fatos, reiteramos que o departamento jurídico já solicitou a retirada do ar da matéria original divulgada pelo Portal Metrópoles, responsável pela disseminação da informação incorreta, e retratação por parte do veículo de comunicação em questão. Colocamo-nos também à disposição da imprensa para assegurar a veracidade das informações prestadas e fornecer os documentos pertinentes a comprovação da qualidade e confiabilidade de nossos produtos.”
Fonte: NSC Total