Pouca gente sabe, mas na antiguidade o Natal era comemorado em meses diferentes, pois não se sabia ao certo a data do nascimento de Jesus Cristo. Foi somente no século IV que o 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial de celebração. Um dos símbolos de maior significado do Natal é o presépio, que com apenas um cenário, conta a história do nascimento do Menino Jesus.
Em Rio Negrinho, todos os anos a igreja Matriz Santo Antônio ganha também esse cenário, que atrai e amplia os sentimentos dos fiéis e visitantes. Mas montar o presépio é um trabalho delicado e de muita dedicação. O casal Rosangela e Claudiomir Bail está integrado com a equipe de montagem do presépio há mais de 30 anos.
“Nesse tempo foram poucas as oportunidades que não estivemos trabalhando na montagem. Com o passar dos anos, foram inúmeras as pessoas que passaram pela equipe e cada um que passou ajudou a agregar novos detalhes e trazer novas técnicas”, explica o casal.
A atenção com os detalhes é uma marca que a equipe procura sempre imprimir. Para eles, é importante representar um acontecimento tão extraordinário, um dos mais significativos da história da humanidade, junto com a ressurreição de Cristo. Foi por isso que em 1223 São Francisco de Assis criou o primeiro presépio.
O Santo queria facilitar a compreensão dos fiéis sobre o nascimento de um Rei na simplicidade e humildade de uma manjedoura em meio aos animais. Segundo Rosangela e Claudiomor, a intenção de construir um presépio é litúrgica, para ajudar as pessoas no ato de orar, contemplando uma das cenas mais singelas e ao mesmo tempo mais ricas da história do Cristianismo.
“O processo de montagem começa pela definição de onde colocar cada parte fixa do presépio, preparar o lugar retirando os bancos da Igreja, preparar o tablado, instalar as estruturas das paredes, fazer instalação elétrica, colocar os panos que compõem o céu, as pedras que servem de parede, preparar a estrutura e fazer instalação das fontes e riachos. Daí em diante se inicia a decoração, montando a gruta, colocando as imitações de pedras, os caminhos com grama artificial, fogueiras, poço, ponte, cerquinha, pedras naturais. A penúltima etapa é a colocação das plantas e ajuste de cada detalhe e s luz ao seu devido lugar. E, por último, a colocação das imagens e a limpeza geral”, conta Rosângela Bail.
Em paralelo a todas estas atividades é feita a preparação e separação de todo material, uma atividade que precisa estar bem sincronizada com todo o processo, pois uma etapa sempre depende da anterior. “Não podemos citar nomes das pessoas, mas externamos aqui a nossa gratidão e a nossa prece por cada um que ajudou, seja neste ano ou em anteriores, pois muitos dos materiais que temos e utilizamos foram sendo confeccionados ao longo do tempo pelas pessoas que passaram por esta equipe. Deus sabe da dedicação de cada um, inclusive daqueles que nunca estiveram trabalhando diretamente, mas doaram ou emprestaram materiais, sem dúvida algo fundamental para o resultado final. Nosso agradecimento especial à Paróquia Santo Antônio de Pádua, que confia e nos permite seguir ajudando a muitas pessoas a rezar contemplando a cena do Nascimento do Salvador”, diz Claudiomir.
“Símbolos fazem parte do Natal desde dos tempos antigos, e eles representam a importância do verdadeiro espírito do natalício do Menino Jesus”, explica Padre Beto, o pároco da Igreja Matriz. O sacerdote frisa que Natal não é apenas um tempo de alegria, de consumo, troca de presentes e de veias para comemorar. “Historicam, as famílias se reuniam para decorar a casa, montar a árvore, era um momento de comunhão, fé, de reflexão sobre a vida e o amor ao próximo”, lembra o Padre Beto.