Morgana Drefahl fala sobre projeto Toca do Índio aprovado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc

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Nesta semana a equipe do Perfil Multi, conversou com Morgana Drefahl, idealizadora do projeto “Toca do Índio”, aprovado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc. Morgana conta que sua jornada começou em Rio Negrinho de onde saiu em 1997, mas há três anos voltou e o que encontrou uma cidade renovada.

Não apenas com avanços no desenvolvimento urbano e industrial, mas também com um redescobrimento das suas belezas naturais.

“Como geóloga, com Mestrado em Mudanças Climáticas e uma recente Diplomatura em Geoturismo (Turismo Geológico) na Universidade Nacional de Rio Negro na Argentina, tive a oportunidade de trabalhar com laudos geológicos na região, e além disso, observar o imenso potencial para um turismo sustentável, baseado na rica biodiversidade e geodiversidade local, que são tesouros ainda pouco explorados”, explica.

A geóloga acredita que a combinação entre o patrimônio natural e o desenvolvimento de práticas turísticas criativas e sustentáveis pode ser um motor de transformação para Rio Negrinho e região.

A promoção de um turismo que respeita e preserva o meio ambiente tem o poder de gerar emprego e renda, ao mesmo tempo que valoriza a nossa história natural e cultural, algo que é defendido pela Convenção da UNESCO para a Proteção do Patrimônio Cultural (histórico, material, imaterial) e o Patrimônio Natural que é a biodiversidade e geodiversidade (diversidade geológica).

OBSERVANDO A CIDADE

Observando a cidade e região, ela percebeu o crescente interesse de um novo tipo de turista. Mais consciente e conectado com a natureza, esse visitante busca não apenas lazer, mas uma verdadeira imersão no meio ambiente, com o desejo de “fugir” da urbanização excessiva e se reconectar com o que é genuíno e autêntico.

 “Esse fenômeno é um reflexo do desejo global por práticas mais sustentáveis, e Rio Negrinho tem tudo para se tornar um centro de turismo geológico e ambiental, com base em uma oferta única de patrimônio natural e científico. E foi olhando pela cidade que vi várias oportunidades, entre elas, o primeiro projeto de Turismo Geológico (Geoturístico) na cidade e na região, que realizei na Fazenda Evaristo, um grande exemplo do potencial turístico da cidade, o registro do meio fio, um elemento construtivo comum nas calçadas atuais, que foi identificado no trecho da Estrada Imperial Dona Francisca, com especial ajuda do Valdemar Luiz Staffen; e as paleotocas que tratamos em um projeto recente. Estes, entre outros trabalhos são apenas alguns exemplos de como o turismo científico pode se entrelaçar com a economia e promover a educação ambiental”, explica.

O PROJETO

Nesse contexto, um projeto sobre as paleotocas foi recentemente aprovado com recursos – que é uma iniciativa do governo federal criada para apoiar e fortalecer a cultura no Brasil – o projeto 1º Café com Geologia – Toca do Índio, do Tatu e da Preguiça!

Fazem parte deste projeto também a Elaine Cristina Schoeffel Butron (Arquiteta) e a Patrícia Berkenbrock Valandro (Pedagoga). Este projeto visa promover a valorização da cultura e do patrimônio geológico de Rio Negrinho, integrando aspectos da Educação Patrimonial por meio do respeito à memória atrelado ao protagonismo da cultura indígena como patrimônio imaterial e o patrimônio natural através geodiversidade.

O projeto 1º Café com Geologia – Toca do Índio, do Tatu e da Preguiça! foi idealizado a partir de experiências e ideias geradas por projetos de cunho cultural, educativos e científicos desenvolvidos anteriormente em diferentes cidades, pelas idealizadoras deste projeto.

Preocupadas em resgatar a cultura popular das antigas gerações do município, aliamos os antigos saberes e as histórias da nossa terra, acerca das grutas existentes nas proximidades da linha do trem e que possivelmente eram utilizadas pelo povo indígena que vivia na região, em tempo idos, porém atualmente, poucos se recordam. Bem como o respeito à cultura, expressões e modos de vida de povos tradicionais, que compõe especialmente, o patrimônio cultural imaterial.

Da mesma forma, as pesquisas geológicas realizadas e publicadas sobre as paleotocas em Rio Negrinho ainda são desconhecidas por grande parte da população e possuem um grande apelo educativo, científico e turístico, além da popularização das geociências e da riqueza enquanto patrimônio natural da geodiversidade.

A iniciativa foi criada também em uma cultura de economia solidária e criativa de modo a colaborar com empreendedores do município, como é o caso do grupo voluntário de mulheres artesãs, as Amigas do Coração, que fazem bonecos de tecidos e outros materiais que recebem de doação e distribuem para as crianças em situação de vulnerabilidade social, como os bonecos que foram enviados as famílias atingidas pelas grandes cheias no Rio Grande do Sul, no ano corrente.

Além disso, foi pensado de modo a garantir que todos possam usufruir de bens culturais, através da promoção da diversidade e a participação de grupos marginalizados, reconhecendo o seu direito à cultura como um aspecto da cidadania. Oferecer acesso à cultura àqueles que normalmente não têm a oportunidade de vivenciá-la.

Para tanto, nossos parceiros em Rio Negrinho nesse projeto são o Centro de Referência de Assistência Social – CRAS, o Centro de Referência Especializada de Assistência Social – CREAS, a Associação de Pais e Amigos do Excepcional – APAE e a Associação de Pais e Amigos do Autista de Rio Negrinho – AMAR e o Grupo Escoteiro Arnaldo Almeida de Oliveira.

Permeando pela sabedoria e o reconhecimento das pessoas idosas, especialmente, no respeito a sua memória rica em histórias e causos antigos, que relembram acontecimentos genuínos que assinam o legado da nossa cultura local.

Muitas novidades estarão nas redes sociais e agradeço se puder divulgar nosso Instagram e Facebook: café.comgeologia

Para fins de menção ao projeto, deve ser obrigatoriamente escrito que o projeto 1º Café com Geologia – Toca do Índio, do Tatu e da Preguiça! é um projeto aprovado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) em Rio Negrinho, através do Ministério da Cultura, Governo Federal.