A música faz parte da vida de Anderson Furtado desde a época da escola. Ex-aluno da EMEB Ricardo Hoffmann, localizada no bairro Industrial Norte, ele celebra 25 anos de dedicação à música, especialmente no trabalho com bandas escolares.

Anderson conta que sua trajetória começou dentro da banda da escola Ricardo Hoffmann, em 1988, quando ainda era estudante. Como muitos meninos, seu sonho era ser jogador de futebol, mas tudo mudou quando conheceu a banda.

“Eu gostava de jogar bola, mas me dei a oportunidade de conhecer a música e foi assim que entrei para a banda na parte de percussão. Sempre fui muito curioso e queria entender todos os instrumentos: como funcionavam, como eram tocados, como se fazia a manutenção. Com o tempo, essa curiosidade chamou a atenção do professor da banda na época, Antônio Fagundes, que me viu como um braço direito dentro do grupo”, relembra.

Além disso, Anderson destaca que, após a separação dos pais, a banda se tornou um conforto para ele naquele momento difícil. Estar na escola e próximo da banda era sua maneira de encontrar apoio e pertencimento.

Com o passar dos anos, ele se envolveu cada vez mais com a banda e conquistou a confiança do professor, ajudando em diversas atividades. Frequentemente, pegava a chave da sala onde os instrumentos eram guardados para auxiliar na limpeza e organização dos materiais.

Em 1999, o professor Antônio o convidou para dar aulas de música e aprofundar seus conhecimentos na área. Na época, Anderson tinha apenas 17 anos. “Fui para São Bento, onde dava aulas às terças e quintas. Meus alunos tinham, em média, 15 anos, quase a minha idade. Eu recebia R$ 50 por mês, pagos pela APP da escola, e foi ali que tudo começou. Mais tarde, em 2000, assumi a regência da banda da Escola Adélia Lutz”, destaca.

Posteriormente, o professor Antônio recebeu uma proposta para montar uma banda na Escola Dalmir Cubas, e Anderson assumiu a regência da banda na mesma instituição.

Anderson é formado e licenciado em Música pela Faculdade Metropolitana de Santos.

Ele destaca que estar envolvido com a música e com crianças é uma experiência incrível, pois o ensino musical exige dedicação e amor. Assim como a banda escolar foi um refúgio para ele em um momento difícil, ele busca transmitir esse mesmo sentimento aos alunos. Seu objetivo é despertar neles o amor pela música, um amor que pode transformar vidas.

“Você precisa transmitir ao aluno o amor pela música, pois isso pode mudar sua trajetória, assim como aconteceu comigo. A música me ajudou a superar a separação dos meus pais, e hoje vejo que muitos dos meus alunos encontram nela um caminho. Para minha felicidade, cerca de 80% deles seguem carreira na música. Através da banda, eles aprendem valores que carregam para a vida toda”, conclui.