Nesta sexta-feira (1º), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) passou por audiência de custódia em Roma, na Itália. A Justiça italiana decidiu que a parlamentar brasileira permanecerá presa durante todo o processo de extradição, negando a possibilidade de prisão domiciliar ou de responder em liberdade.
Zambelli foi detida na última terça-feira (29) e transferida na quinta-feira (31) para o presídio feminino Germana Stefanini, localizado no complexo penitenciário de Rebibbia — o maior da Itália. A unidade, que atualmente abriga 371 mulheres em um espaço com capacidade para 272, já foi administrada por freiras e recebeu o Papa Francisco em 2024, ocasião em que o pontífice celebrou missa e lavou os pés de detentas.
A extradição da deputada foi solicitada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em 11 de junho. O pedido foi entregue ao governo italiano pelo embaixador brasileiro em Roma, Renato Mosca. Moraes também determinou que a Advocacia-Geral da União (AGU) tome as medidas necessárias para garantir a conclusão do processo.
Carla Zambelli foi condenada em maio deste ano a 10 anos de prisão pelo STF por envolvimento na invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023. Ela deixou o Brasil duas semanas após a condenação e permaneceu foragida na Itália por cerca de dois meses.
A defesa da parlamentar afirma que ela se entregou espontaneamente às autoridades italianas. No entanto, segundo o deputado italiano Angelo Bonelli, a prisão ocorreu após ele denunciar o paradeiro da deputada.
Zambelli deverá passar por nova audiência de custódia no dia 13 de agosto. O processo de extradição, contudo, não tem prazo definido e pode se prolongar por anos, a depender da decisão da Justiça italiana.