Inicia nesta terça-feira (26), a partir das 18 horas, a retirada gratuita de ingressos para a apresentação da Orquestra Filarmônica de São Bento do Sul, que será realizada sexta-feira (29), na Sociedade Musical Rio Negrinho, a partir das 19h30. O tema do concerto é “Uma Noite no Cinema”, apresentando clássicos de filmes de diferentes épocas.
Para convidar a população de Rio Negrinho a prestigiar, o maestro Maicon Rocha utilizou a tribuna popular da Câmara de Vereadores, na segunda-feira. Durante sua fala, o maestro contou um pouco da história da Filarmônica, festejando 70 anos em 2025. “Ela é a orquestra mais antiga da América Latina em funcionamento ininterrupto, levando em consideração o fato de que não é mantida por nenhum órgão governamental. As pessoas são todas voluntárias e, durante 70 anos, mantiveram essa atração em São Bento”, ressaltou Rocha, que está à frente do grupo há três anos e se diz honrado em dirigi-lo neste momento histórico.
O espetáculo “Uma Noite no Cinema” trará ao público, trilhas sonoras icônicas de filmes como “Indiana Jones” e “Piratas do Caribe” e tantos outros. A escolha do tema, segundo Rocha, tem um propósito claro: a democratização da música. “A música de cinema é a que mais se aproxima da música erudita, da música clássica, só que ela atinge um público praticamente total. Todo mundo, em algum momento, assistiu a um filme e gosta muito de uma trilha sonora, de um personagem”, explicou.
Para ilustrar o poder da música em evocar memórias, o maestro compartilhou a história emocionante de um senhor que o abordou após um concerto. O homem relatou que, ao ouvir o tema de “Indiana Jones”, reviveu o dia de 1981 em que seu pai reuniu toda a vizinhança na sala de casa para assistir à estreia do filme na única TV a cores da rua. “Ele me disse: ‘Infelizmente, meu pai faleceu há quatro anos, mas hoje eu senti meu pai sentado aqui do meu lado’. Isso é a cara da arte, é para isso que a cultura vale”, narrou Rocha.
O concerto em Rio Negrinho é o segundo de uma série de três viabilizados pelo Programa de Incentivo à Cultura (PIC), do Governo do Estado de Santa Catarina, com patrocínio integral da Buddemeyer. O maestro fez questão de agradecer a sensibilidade da empresa em destinar parte do seu imposto (ICMS) para a cultura local. “Esses mecanismos fazem com que a gente possa fazer isso gratuitamente. Muitas vezes vemos rostos de empresários sentados ao lado de colaboradores, e os dois sorrindo igual. É extremamente democrático”, destacou.
A ligação com a cidade vizinha foi outro ponto forte de seu discurso. “Nós escolhemos Rio Negrinho porque é a nossa cidade-irmã. E tenho quatro ótimos músicos que são daqui, então, na verdade, trabalhamos juntos”, disse. Além disso, a orquestra é um exemplo de união de gerações, com um percussionista de apenas 12 anos e uma violinista, Nora Léa Ribeiro, que participou da primeira apresentação do grupo, em 1955.
Ao final, Maicon Rocha reforçou o convite a todos. “É um espetáculo digno de uma cidade grande, que talvez as pessoas tivessem que ir a Curitiba ou Florianópolis para assistir, e vai acontecer aqui em Rio Negrinho. Durante aquela uma hora e vinte, parece que os problemas se dissipam um pouco. É uma saúde paliativa, uma saúde mental”, finalizou.