Em 2025, Adriano Huebner celebra uma marca especial: 30 anos de dedicação à Associação Empresarial de Rio Negrinho (Acirne). Ao longo dessas três décadas, ele acompanhou transformações, desafios e conquistas que marcaram a entidade e a cidade. Nesta entrevista, Adriano relembra momentos marcantes, fala sobre sua trajetória e compartilha expectativas para o futuro.
PERFIL MULTI- Como começou a sua trajetória na Acirne, há 30 anos?
ADRIANO- Em 1995, após grandes conquistas, o Sr. Hilário Cordeiro (Hifer Móveis) deixou a presidência da Acirne, assumida pelo Sr. Benoni Hermogenes de Oliveira, proprietário da Casa Real. Nesse momento, o secretário executivo da época, Sr. Albino Sczucke, solicitou seu desligamento. O Sr. Benoni, então, consultou funcionárias da sua empresa para possíveis indicações. Foi quando minha namorada, hoje esposa, Ilma de Fátima, comentou comigo sobre a vaga e indicamos meu pai, Sr. Reonildo. Ele chegou a conversar com o Sr. Benoni e o Sr. Albino, mas percebeu que a Associação estava em plena evolução e necessitava de uma dinâmica mais arrojada. Por isso, declinou do convite, porém me indicou para participar da seleção. Assim, no dia 21 de agosto de 1995, iniciei meu trabalho em meio período, cuidando dos cursos noturnos. Naquele mesmo dia, deixei o Açougue Paulo Becker, onde trabalhava, e meu pai assumiu a vaga que eu ocupava. Foi literalmente uma troca de posições entre nós dois, dando início a uma jornada que se tornou parte essencial da minha vida.
PERFIL MULTI- Quais foram os maiores desafios que você enfrentou nesse período?
ADRIANO- Sem dúvida, as enchentes e as instabilidades econômicas. Até a década de 1980, Rio Negrinho vivia uma relativa estabilidade, mas depois vieram crises de governo, desastres naturais, oscilações de mercado e aumento da competitividade. Esses fatores muitas vezes desmotivaram o empresariado a participar das discussões e atividades, dificultando a geração de lucro e a construção de reservas.
PERFIL MULTI- O que mais mudou na Acirne desde o início da sua caminhada até hoje?
ADRIANO- Quando comecei, os grandes diferenciais da Acirne eram uma máquina de xerox e um fax que custava o equivalente a um carro Gol 1000. Hoje, a transformação é evidente:
Do fax ao WhatsApp
Da circular impressa às redes sociais
Da carta escrita ao e-mail
Da xerox ao scanner
Do dicionário Aurélio ao ChatGPT 🤖
Da ligação telefônica à mensagem instantânea
Do encontro presencial à reunião online
Naquela época, o conhecimento dobrava a cada 25 anos; hoje, dobra a cada 6 horas.
PERFIL MULTI- Há algum momento marcante que você guarda com carinho nessa história?
ADRIANO- Todos. Cada situação foi única — como em um jogo de futebol, em que a jogada pode até se repetir, mas sempre sob novos ângulos, com diferentes estratégias.
PERFIL MULTI- Na sua visão, qual é a importância da Acirne para Rio Negrinho e para os empreendedores locais?
ADRIANO- A Acirne tem sido fundamental para fomentar a discussão empreendedora e fortalecer o tecido empresarial. Entre as conquistas mais significativas, destacam-se: Criação e fortalecimento dos núcleos empresariais (Meio Ambiente, Conselho dos Núcleos, Jovens Empresários, Mulheres Empresárias, Recursos Humanos, Saúde e Segurança no Trabalho, Turismo, Tecnologia da Informação, Combate às Cheias e Rota Moveleira); Avanços como telefonia celular, autenticação de aeródromo para aeroporto, implantação do gás natural, microcrédito e parcerias com BRDE e Junta Comercial; Realizações coletivas como o prédio do novo hospital, Observatório Social, Conselho da Comunidade, cooperativas de crédito, Sindicato Moveleiro e de Transportes, SEST SENAT, Universidade, SEBRAE, Incubadora Empresarial, Feira de Móveis, Natal Encantado, Casa do Turista, entre muitos outros; Integração com entidades estaduais e nacionais como a FACISC e o Programa de Desenvolvimento Econômico Local.
PERFIL MULTI- Como a Acirne tem contribuído para fortalecer a economia e apoiar o desenvolvimento da cidade?
ADRIANO- Em diversas frentes. Mas a principal contribuição certamente é o trabalho dos núcleos empresariais, acompanhados de capacitações e encontros. A Acirne exerce papel fundamental de educar, formar e informar, principalmente nas questões econômicas e empresariais.
PERFIL MULTI- Como foi, ao longo dessas três décadas, construir laços de amizade e confiança dentro da Acirne?
ADRIANO- Foi um processo diário, tanto em Rio Negrinho quanto na região, no estado, no país e até no exterior. Cada reunião, curso e encontro proporcionou a oportunidade de conhecer pessoas, compreender seus interesses e suas motivações, o que me transformou como pessoa e profissional.
PERFIL MULTI- Que valores pessoais você acredita que foram fundamentais para se manter motivado nesse trabalho?
ADRIANO- Resiliência, simplicidade e humildade.
PERFIL MULTI- O que você espera para o futuro da Acirne?
ADRIANO- Mais do que o futuro da Acirne, acredito no futuro do associativismo. No Brasil, ele surgiu ainda na época colonial, com a missão de organizar o escambo, desenvolver a cidade de Salvador e consolidar o país. A forma de reunir e buscar soluções mudará, mas espero que associados, dirigentes — e eu mesmo — possamos compreender e acompanhar essa evolução, encontrando novas maneiras de engajamento e fortalecimento.
PERFIL MULTI- Que conselho você deixaria para os jovens que estão começando agora a carreira em instituições como a Acirne?
ADRIANO- Que sejam empreendedores sociais: engajados em causas coletivas, mas também atentos à busca de resultados de curto, médio e longo prazo para todos os envolvidos.
PERFIL MULTI- Depois de 30 anos de dedicação, o que ainda inspira você a continuar essa caminhada?
ADRIANO- O fato de ser um eterno aprendiz. A cada dois anos, o trabalho se renova sem que eu precise mudar de lugar: surgem novas ideias, aspirações, desejos e desafios. O que mais me inspira é servir e ajudar — empresas, empresários, colaboradores e a comunidade — a crescerem e se fortalecerem economicamente, competitivamente e socialmente.