Monitoramento do Porto de Imbituba registra 185 baleias-francas entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul na temporada 2025

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O monitoramento aéreo de cetáceos do Porto de Imbituba foi realizado no dia 10 de setembro e registrou 185 baleias-francas no litoral sul do Brasil, entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O monitoramento percorreu o trecho entre Torres (RS) e Florianópolis (SC), no auge da temporada de avistagens desses cetáceos.

Foto: Divulgação

Do total registrado, foram contabilizadas 90 pares de mães com filhotes e 05 adultos solitários. Em Santa Catarina, a maior concentração ocorreu em Imbituba e Palhoça, com destaque para os trechos entre as praias da Ribanceira e Ibiraquera, onde foram avistadas 38 baleias, além de outras 32 na Praia do Siriú e 30 na Praia da Pinheira. Em Florianópolis e no litoral gaúcho, não foram registradas nenhuma baleia. 

A ação foi realizada pelo Programa de Monitoramento de Cetáceos da SCPAR Porto de Imbituba, executado pela Acquaplan Tecnologia e Consultoria Ambiental e com participação do Projeto Franca Austral (ProFRANCA), executado pelo Instituto Australis, com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.

O monitoramento de baleias francas no sul do Brasil tem histórico desde o final dos anos 1980. “A Expedição Baleia-Franca trouxe resultados excelentes para todos que trabalham pela conservação da espécie”, avalia Christiano Lopes, diretor-presidente da SCPAR Porto de Imbituba.

Segundo o gerente de pesquisa do ProFRANCA, Eduardo Renault, o monitoramento aéreo é essencial para avaliar o progresso da conservação da espécie. “Com esses dados, conseguimos estimar parâmetros como tamanho populacional e taxas de crescimento. Um número elevado de baleias aumenta a chance de identificarmos indivíduos já conhecidos, o que alimenta os modelos estatísticos que usamos”, afirma.

A bordo do helicóptero estavam dois observadores e um fotógrafo, responsáveis pelo censo, localização e registro das baleias. As imagens são utilizadas para identificação individual com base nas calosidades na cabeça dos animais, que funcionam como uma impressão digital.

A temporada 2025 já se destaca pelo número elevado de avistagens. Para a bióloga Mariana Favero Silvano, coordenadora técnica do programa de monitoramento do Porto de Imbituba, o crescimento é motivo de otimismo. “Esse aumento ao longo dos anos nos deixa muito felizes. É uma resposta direta aos esforços de conservação de uma espécie que foi intensamente caçada por séculos no litoral brasileiro”, destaca.

Baleias conhecidas retornam

Entre as baleias identificadas nesta temporada, estão Zimba e Olívia, já registradas em sobrevoos anteriores. Olívia foi avistada na Praia da Gamboa, em Garopaba.

Outro destaque é Sloughy, nascida em Santa Catarina em 2002. Ela já retornou outras vezes à região, mas ficou conhecida por ter sido identificada também nas Ilhas Geórgia do Sul, uma das áreas de alimentação da espécie. Sloughy foi a primeira baleia-franca nascida no Brasil a ser registrada nesse remoto local do Atlântico Sul.

Monitoramento em terra

No entorno do Porto de Imbituba, o monitoramento terrestre do Programa de Monitoramento de Cetáceos, que integra o Plano de Controle Ambiental (PCA) da SCPAR, vem sendo realizado de forma ininterrupta há 17 anos em 2 pontos fixos. As observações ocorrem entre julho e novembro e são conduzidas pela empresa Acquaplan Tecnologia e Consultoria Ambiental. Segundo a oceanógrafa Camila Amorim, os dados permitem adequar as operações portuárias para garantir a segurança dos animais e a continuidade das atividades. 

O programa realiza monitoramento terrestre de forma diária, com observações comportamentais das baleias diretamente na enseada do porto, principalmente durante as manobras dos navios e na Praia da Ribanceira. “Esse monitoramento é muito importante pois permite acompanhar comportamentos como descanso, natação ou interação entre mãe e filhote”, destaca Camila Amorim, Oceanógrafa da SCPAR Porto de Imbituba.

Paralelamente às ações realizadas pelo Porto de Imbituba, o ProFRANCA, executado pelo Instituto Australis, realiza monitoramento terrestre de agosto a novembro em 15 pontos fixos dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia-Franca. O objetivo é observar a abundância, distribuição e comportamento dos animais ao longo do território da APA.

Espécie ameaçada

A baleia-franca-austral ainda é considerada uma espécie ameaçada de extinção no Brasil. Estima-se uma população de cerca de 800 indivíduos, com taxa de crescimento anual de 4,8%, segundo estudo baseado em 15 anos de dados de monitoramento aéreo.

Fonte: Agência de Notícias SECOM

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