O diabetes é uma das doenças crônicas mais prevalentes no mundo e representa um importante desafio para a saúde pública. Quando não tratada, pode evoluir para conplicações crônicas graves e até levar ao óbito.
No Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, a Secretaria de Estado da Saúde (SES/SC) reforça a importância do diagnóstico precoce, do acompanhamento regular e da adoção de hábitos saudáveis para o controle da doença, garantindo mais qualidade de vida às pessoas diagnosticadas.
“A conscientização sobre os hábitos de vida e o diagnóstico precoce são fundamentais, pois, atualmente, 50% das pessoas que têm diabetes ainda desconhecem seu diagnóstico, o que impossibilita o tratamento adequado e a prevenção das complicações. Quando não há diagnóstico precoce ou adesão ao tratamento, a pessoa com níveis elevados pode evoluir para complicações crônicas de grande impacto, como amputações e doença renal crônica, levando até a morte”, explica a Dra. Priscila Juceli Romanoski, enfermeira e pesquisadora em Condições Crônicas e Promoção da Saúde, que atua na Diretoria de Atenção Primária à Saúde/SES.
A SES fornece, por meio do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF), medicamentos e insumos gratuitos para 29.167 pessoas com diabetes mellitus, sendo a maioria com diabetes tipo 2 (23.552 casos) – forma que pode ser prevenida com hábitos saudáveis. Em 2024, o estado registrou 2.593 óbitos pela doença, sendo 55% entre mulheres, e 4.091 internações hospitalares em unidades do SUS.
O diabetes tipo 2 é comumente assintomático, contudo sinais e sintomas podem aparecer após os 40 anos de idade, entre eles: fome e sede excessivas, aumento da frequência urinária durante a noite, e perda de peso. Também pode estar presente a fadiga, fraqueza, visão turva e catarata, prurido vulvar e cutâneo, doença renal crônica, neuropatia como formigamento ou dor nos membros inferiores, câimbras e feridas que não cicatrizam, doença aterosclerótica como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, doença vascular periférica e infecções de repetição.
Ao perceber esses sinais, o paciente deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS), principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), onde é possível realizar exames, ter orientações específicas, diagnóstico e tratamento adequado.
Também estão elegíveis para rastreamento: pessoas com 45 anos ou mais; com condições associadas à resistência insulínica; pessoas de qualquer idade com sobrepeso ou obesidade e pelo menos um fator de risco para diabetes.
Entre as principais medidas de prevenção e controle estão a alimentação equilibrada, a prática regular de atividade física, o controle do peso corporal e a realização periódica de exames de glicemia.
Ações no Estado
Em Santa Catarina, a Secretaria de Saúde busca qualificar a atenção em todos os níveis de cuidado, com foco na promoção da saúde e no apoio ao autocuidado. Nesse sentido, a SES implementou e mantém atualizada a Linha de Cuidado à Pessoa com Diabetes Mellitus, em fase de implantação nos 295 municípios catarinenses, que organiza os fluxos de atendimento desde as UBSs até os serviços especializados.
Para fortalecer o processo, o Estado aderiu ao Projeto PROADI-SUS “Manejo Clínico de Condições Crônicas na Atenção Primária à Saúde” (2024–2026), em parceria com os hospitais Albert Einstein e Moinhos de Vento. A iniciativa qualificará mais de 4,2 mil profissionais de saúde e formará multiplicadores regionais, ampliando a capilaridade das ações.
A rede estadual também realiza capacitações permanentes voltadas a profissionais e gestores, com foco no manejo clínico e no cuidado multiprofissional. Além disso, por meio do Programa Saúde na Escola (PSE), a SES desenvolve ações contínuas em 100% da rede escolar, promovendo hábitos saudáveis entre crianças e adolescentes. Outras iniciativas, como as academias ao ar livre, reforçam a importância da atividade física regular e do cuidado integral à saúde.