A Polícia Científica de Santa Catarina fez uma descoberta importante ao encontrar duas espécies de insetos em cadáveres humanos pela primeira vez. Os achados, detalhados em dois artigos científicos, identificam as espécies Peckia intermutans e Sarcophaga ruficornis.
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O primeiro artigo, intitulado “Entomological data from the first year of the Forensic Entomology Division formalization at Santa Catarina Scientific Police”, analisa dados entomológicos de 34 casos entre janeiro de 2022 e julho de 2023. Foram coletadas 21 espécies de insetos forenses em cadáveres humanos em diferentes estágios de decomposição e ambientes variados da região do Planalto Norte de Santa Catarina.
O segundo artigo, “Case report of a preserved male corpse: estimation of post-mortem interval based on four Dipteran species of four different families”, descreve um estudo de caso de estimativa do intervalo pós-morte mínimo através de análise entomológica. Este estudo envolveu um cadáver masculino preservado, encontrado em São Bento do Sul.
Para a Perita-Geral, Andressa Boer Fronza, “Santa Catarina realiza um trabalho pericial muito qualificado em todas as divisões técnicas da PCISC, e as perícias em entomologia forense tem contribuído para se elucidar crimes e agilizar investigações mais complexas. Além disso, nossa gestão tem incentivado os estudos e pesquisas nas áreas forenses, tenho certeza que teremos muito mais descobertas que irão ajudar toda comunidade científica”.
As espécies Peckia intermutans e Sarcophaga ruficornis foram registradas pela primeira vez colonizando cadáveres humanos. Segundo a perita-geral, Andressa Boer Fronza, com a recente criação da Rede Catarinense de Pesquisa em Ciências Forenses, em parceria com a UFSC, a Entomologia Forense está integrada em projetos de pesquisa que visam aumentar o conhecimento sobre a entomofauna cadavérica de Santa Catarina, fortalecendo a área em nível nacional.
A Entomologia Forense ainda é uma ciência pouco explorada no Brasil, com poucos estudos de casos publicados. Santa Catarina destaca-se como um dos poucos estados brasileiros em que a perícia oficial utiliza vestígios entomológicos para estimar o intervalo pós-morte.
Victor Botteon, chefe da divisão de entomologia forense, destaca a importância das pesquisas para entender a biodiversidade de insetos necrófagos e aplicar este conhecimento em casos concretos na Polícia Científica.
“Esses registros de insetos necrófagos de importância forense são extremamente relevantes para as aplicações práticas e demonstram a nossa capacidade técnica para a realização de pesquisas ou estudos científicos”, afirma.
Com informações da Agência de Notícias SECOM
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