Desde 2015 o projeto é desenvolvido pelos integrantes da Associação de Moradores e comunidade
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No dia 12 de julho foi comemorado em Santa Catarina o Dia da Fitoterapia, em homenagem a Irmã Eva Michalak, em virtude do seu amor pelas plantas medicinais e ser referência no estado nesta área. A Fitoterapia é um método de tratamento caracterizado pela utilização de plantas medicinais, em suas diferentes preparações, sem a utilização de substâncias ativas isoladas. Esta forma de tratamento é a mais antiga e surgiu junto com a humanidade, inicialmente com o método de tentativa e erro, observação de animais doméstico e silvestres, observação das características da planta, como cheiro, forma, cor, que remetesse a alguma patologia, além dos rituais religiosos e místicos. O homem experimentava, observava os efeitos das plantas e selecionava as que lhe faziam bem. Na atualidade, em nosso país, a Fitoterapia se divide em Popular, Tradicional e Científica e as plantas medicinais além de ser um recurso terapêutico utilizado por aproximadamente 80% da população mundial serve como base para a pesquisa fitoquímica e etnofarmacológica na busca de novos fármacos e protótipos para novos fármacos, tanto que estima-se que 40% dos medicamentos utilizados para o tratamento do câncer vem direta e/ou indiretamente de Plantas Medicinais.
IMPORTÂNCIA DAS PLANTAS MEDICINAIS
Pensando na importância das plantas medicinais, a Associação de Moradores dos bairros Vila Nova e Industrial Sul hoje tem um horto com diversas espécies de plantas medicinais. Este projeto vem em busca de resgatar as tradições quando as pessoas faziam uso de chá natural. Segundo Liliana Schroeder Jurich que faz parte da associação, hoje o horto é uma realidade, e com a participação da associação na lei Aldir Blanc foi possível resgatar a cultura do chá da vovó. “O canteiro coberto é uma exigência pela nossa participação na lei Aldir Blanc. E o objetivo dele é realmente a gente intensificar esse chazinho da vovó, o projeto se chama ‘reconhecendo o chá da vovó’, e assim possamos buscar que mais pessoas aprendam a utilizar a farmácia caseira”, explica Liliana.
Desde 2015 a Associação de Moradores desenvolve o projeto de cultivo e uso de plantas medicinais. Iniciado por intermédio do projeto “Farmácia Viva”, apoiado pelo Padre Pedro Baldissera, os trabalhos foram orientados por Aléssio dos Passos, também conhecido como o Mago da ilha. Aléssio ministrou aulas nos encontros realizados, ensinando a identificação das espécies, formas de cultivo e indicações de uso. Neiva Vieira, que faz parte do coletivo de Farmácia Viva do Assentamento Justino Drasveski, de Araquari, ministrou workshops voltados a cosméticos naturais. A horta existente na sede da associação é composta por cinco canteiros de plantas medicinais, plantas alimentícias não convencionais, verduras e temperos. A Associação de Moradores realiza sempre no primeiro, segundo e no último sábado do mês um bazar com peças de roupas e calçados que são vendidas com preço acessível, o valor arrecadado é usado para manter a associação, sendo esta a única fonte de renda da associação.
Importância das plantas medicinais para a saúde
Sônia Murara é moradora do bairro Vila Nova e faz parte da associação há muitos anos e tem grande contato com o horto de plantas medicinais. Desde pequena viu a avó e sua mãe muito ativas com os famosos e tradicionais chás caseiros, tendo plantado em casa diversos tipos de chás que eram feitos para eles em casa, e também para os vizinhos. Nesta semana a equipe do Perfil Multi, esteve na sede da Associação de Moradores para conversar com Sônia, Liliana e Ito, ambos integrantes da associação, e para entender melhor sobre as plantas e sobre o curso de fitoterapia. “O curso de fitoterapia aconteceu na UniSociesc e de Rio Negrinho quem participou fui eu e o professor Agostinho. E eu fui fazer exatamente por isso, nós já estávamos trabalhando com o professor Aléssio trazendo o conhecimento das plantas medicinais. Mas dentro deste conhecimento o professor não tem muito tempo, porque ele passa por toda Santa Catarina e com isso tínhamos pouco contato com ele. E eu queria ter um conhecimento maior do que faz bem, o momento certo da colheita. E isso eu consegui lá no curso de fitoterapia com a professora Ana”, conta Sônia.
Em São Bento do Sul a farmácia viva é realidade, e ela é custeada pela Prefeitura, tendo desta forma um tratamento alternativo. Assim como Sônia, o presidente da Associação de Moradores Ito Hackbart trabalham com plantas medicinais por muitos anos. Sônia destaca que sua família fazia atendimento com plantas medicinais, tendo em vista que Sônia guarda com carinho um livro de homeopatia de 1880, que era de sua avó, sendo um dos livros mais fantásticos em questão de homeopatia. Durante o curso, Sônia conta que aprendeu a manipulação das plantas, secagem correta, o ambiente, o fechar do horto como eles têm na associação. O mato ou a erva medicinal não pode ser coletada em qualquer lugar, onde tenha animais e poluição da natureza. Tudo isso interfere na planta na hora de fazer os chás. “Um exemplo é o hortelã, eles são muito voláteis, aqueles que tem cheiro forte, e com isso não pode ficar lavando muito porque tinha a maioria dos princípios ativos, o correto é passar uma água apenas. Assim como demais plantas que devem ser lavadas apenas uma vez e colocar para fazer a infusão e colocar uma tampa em cima”, destaca.
Horto da comunidade em geral
Sobre o horto com plantas medicinais, Ito ressalta que ele é todo da comunidade, independentemente de ser da associação ou não, todos podem buscar mudas, colher os chás e ajudar no horto. Segundo a equipe da associação o horto não deve ser muito limpo, ele deve ter alguns matos que são defensivos as plantas, as pragas atacam os matos e não as plantas. Ito ainda frisa que aos poucos as pessoas foram recebendo o horto com carinho e indo ao local para ajudar e também buscar as plantas para levar para casa. Assim como aquelas pessoas que levam mudas de outras plantas e levam também para casa. “Com esta troca de mudas e informações, sempre teremos um chá espalhado na cidade. Aos poucos as pessoas foram entendendo a importância das plantas medicinais, e elas agora já conhecem as plantas e usam elas para diversos tipos de doenças. Eu mesmo que criei apenas com plantas medicinais, e este tipo de matéria que vocês do Jornal Perfil fazem ajuda muito na divulgação”, fala Ito. Entre as plantas do horto da associação, está o poejo, cataflam, hortelã, boldo, e algumas curiosidades do horto é a o knnor uma planta com cheiro de caldo que é muito usado em preparo de comidas, assim como a novidade do capim-limão e capim- cidreira, Sônia destaca que se a pessoa tomar muito o capim-limão da folha larga ele altera a pressão. O pessoal da associação conseguiu uma muda de capim-limão do fininho, que pode ser tomado o dia todo e não faz mal.
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