Um grupo de advogados criminalistas fez um desagravo público na última segunda-feira à noite, em Itajaí, à advogada Gabriele Westphal dos Santos. Em agosto, Gabriele foi presa e agredida por policiais militares ao acompanhar uma prisão em flagrante de um cliente.
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A prisão e as agressões foram gravadas em vídeo por testemunhas, mas a advogada diz que não recebeu apoio da OAB/SC. “Se alguém me estendeu a mão, foram meus colegas aqui da região”, disse.
O desagravo desta semana foi organizado por criminalistas de Itajaí, Balneário Camboriú e Florianópolis, tendo à frente o advogado Carlos Augusto Ribeiro, Conselheiro Estadual da OAB/SC e ex-presidente da Comissão de Prerrogativas.
“Tivemos que nos mobilizar para apoiar a Dra Gabriele, provando a omissão da nossa entidade. Infelizmente, somos motivo de chacota porque a Ordem se limita a fazer notas de repúdio. De que adianta criar salas e parlatório se nossas prerrogativas são violadas diariamente? Os criminalistas foram abandonados pela OAB”, disse.
O advogado Alex Romito reclamou que tentou ajuda da OAB no caso Gabriele, mas que “ninguém nem atendeu o meu telefonema”. Romito diz que ele precisou chamar um coronel da PM para pedir ajuda. “Acabamos nós mesmos fazendo uma representação, por iniciativa dos criminalistas de Itajaí”.
Ex-conselheiro estadual nas gestões de Tullo Cavallazzi Filho, Rafael Horn e Claudia Prudêncio, o advogado Leonardo Pereima, ex-presidente da comissão de prerrogativas da atual gestão, lamentou o tratamento que os criminalistas têm recebido por parte da OAB. “Não sei em que momento a Ordem parou de desagravar os advogados e passou a fazer notas de repúdio, que ninguém lê e ninguém dá bola.
Infelizmente nossa entidade encolheu e ficou acovardada diante das grandes questões”.
Criminalização dos criminalistas
O ex-presidente da OAB/SC, Tullo Cavallazzi Filho, lamentou a criminalização da advocacia criminalista. “Quando um advogado levanta a carteira da OAB e um policial o agride com um cassetete, é hora de dar um basta. A advocacia precisa abraçar a advocacia criminal”.
A advogada Vívian De Gann, que também participou do evento, lembrou de um episódio que ela própria vivenciou, quando foi processada criminalmente por um desembargador. “Eu fui processada e perseguida por ter manifestado minha opinião diante de uma polêmica entrevista em que o desembargador ofendeu os advogados trabalhistas. Quem me estendeu a mão, não foi a OAB, mas meus colegas”, afirmou.
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