Na Sessão Ordinária desta segunda-feira, 14 de julho de 2025, a Câmara Municipal de Rio Negrinho aprovou por unanimidade o Projeto de Lei Ordinária nº 0064/2025, que dá o nome de Rua Luiza Pscheidt Maros à antiga rua 4 do loteamento Ricardo Mallon, localizada no bairro Vila Nova. A via, com cerca de 85 metros de extensão, liga as ruas José Brey e Olívio Carvalho e, a partir de agora, carrega oficialmente o nome de uma mulher cuja trajetória se entrelaça com a história e o desenvolvimento humano da cidade.
A proposta foi apresentada pela vereadora Keti Regina Schroeder, que emocionou os presentes com uma justificativa repleta de carinho e reconhecimento pela vida da homenageada.
Nascida em 27 de junho de 1920 na localidade de Lençol, em São Bento, Luiza Pscheidt Maros foi filha de José e Catarina Pscheidt. Viveu em diversas localidades da região, como Corredeiras, Colônia Olsen e, por fim, estabeleceu-se em Rio Negrinho, no bairro Bela Vista, ao lado do marido Alfredo Maros, com quem teve quatro filhos. Uma de suas filhas, Lucinda Maros Pscheidt, também foi homenageada pela cidade ao dar nome a uma das escolas da rede municipal.
Mesmo sonhando em ser irmã de caridade ou enfermeira, Luiza seguiu outro chamado: o da parteira comunitária. Aprendeu observando mulheres experientes da região e, a partir de 1940, começou a atender partos de forma voluntária. Estima-se que ela tenha ajudado no nascimento de mais de 2.800 crianças — entre elas, doze pares de gêmeos —, sem qualquer registro de óbito.
Conhecida por sua dedicação inabalável, Luiza atendia a qualquer hora do dia ou da noite, muitas vezes a pé ou de carroça, enfrentando chuva, frio e estradas precárias para chegar até as gestantes em comunidades como Salto, Colônia Olsen, Barro Preto, Oxford, Lençol e Corredeiras. Além do parto, prestava auxílio com chás, remédios caseiros e palavras de fé, sendo lembrada como um exemplo de humildade e coragem.
A população a chamava carinhosamente de “Frau Maros”, e embora nunca tenha cobrado pelos atendimentos, era frequentemente presenteada em sinal de agradecimento. Atuou também no antigo hospital da cidade, quando ainda era administrado pelas irmãs Agnes e Jane, onde fazia plantões noturnos e prestava apoio às famílias.
Luiza faleceu no dia 27 de junho de 2005, aos 85 anos, exatamente na data em que completava mais um ano de vida. Até o fim, foi cuidada com amor por sua filha Landila e por sua nora Maria Mesch.
Em sua justificativa, a vereadora Keti Schroeder relembrou a importância pessoal da homenageada em sua própria vida:
“Suas mãos me ajudaram a nascer, foi madrinha de batismo e, sobretudo, uma conselheira constante. Era um ser de luz, e estes, apaga, a gente não apaga, a gente segue.”
Com a aprovação da lei, o Poder Executivo Municipal será responsável por instalar a sinalização com o novo nome da rua e divulgar oficialmente a alteração à comunidade. A mudança não é apenas um ato administrativo: trata-se de um reconhecimento público a uma mulher que, com simplicidade e grandeza, deixou uma marca indelével na história de Rio Negrinho.
A Rua Luiza Pscheidt Maros passa agora a simbolizar não só o caminho físico entre dois pontos da cidade, mas também o percurso silencioso e essencial de milhares de vidas que ela ajudou a trazer ao mundo. Uma homenagem justa e permanente a quem tanto serviu com amor.
