A entrevistada é Mariane Noely Bail da Cruz, 54 anos, que assume mais uma vez como conselheira tutelar. Mãe e esposa, ela sempre gostou de ajudar a mãe a cuidar dos irmãos.
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Mariane estudou teologia com ênfase na educação cristã. Atuou por 15 anos como coordenadora de educação cristã e, desde jovem, sempre foi atuante nas comunidades, educando crianças e adolescentes. Está Conselheira Tutelar desde janeiro de 2020, e se mostra feliz ao ter sido reeleita.
Me candidatei novamente por achar que ainda tenho muito a contribuir neste trabalho
Mariane Noely Bail da Cruz
PERFIL – Quem é Mariane Noely Bail da Cruz?
MARIANE – Sou mulher, mãe, esposa, filha, nora, amiga, prima, educadora e sempre aprendiz. Sou casada com Osmar da Cruz há 35 anos. Temos dois filhos: Ricardo (34 anos) e Davi (29 anos), e uma filha: Milena (25 anos). Temos duas lindas noras: Bruna e Rafaela, e um genro: Felipe.
Desde criança gostei de cuidar das pessoas. Ajudava minha mãe, Dagmar, a cuidar de meus irmãos, principalmente de meu irmão Márcio, que nasceu com paralisia cerebral, por falta de oxigenação na hora do nascimento. Estudei Teologia com ênfase na Educação Cristã na Faculdade EST de São Leopoldo – RS. Fui Ordenada Ministra Catequista da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB, em 2002. Atuei por 15 anos como Coordenadora de Educação Cristã no Sínodo Norte Catarinense, que abrange 51 paróquias em Santa Catarina e algumas no Paraná. Nesta função organizava a formação de pessoas que atuam nas comunidades educando crianças e adolescentes. Desde jovem fui voluntária no trabalho de educação cristã de crianças em minha Comunidade da Igreja Luterana aqui em Rio Negrinho. Gosto muito de contar histórias bíblicas, fazer atividades lúdicas, criar brincadeiras para educar brincando. Faço, uma vez por mês, o Programa: Divulgando o Evangelho, que vai ao ar pelas ondas da Rádio Rio Negrinho, aos sábados ,das 8 às 8h15.
Estou Conselheira Tutelar desde janeiro de 2020. É meu primeiro mandato. Fiquei muito feliz e honrada por ter sido uma das escolhidas pela sociedade para essa importante função que exige grande responsabilidade e requer comprometimento e dedicação.
PERFIL – Porque você escolheu ser candidata ao Conselho Tutelar?
MARIANE – Decidi me candidatar novamente para o Conselho Tutelar por achar que ainda tenho muito a contribuir neste trabalho. Quero continuar garantindo que as crianças e adolescentes tenham seus direitos respeitados por suas famílias, pelo Estado e pela Sociedade. Agradeço a Deus por tudo que já vivi até aqui e peço sabedoria e discernimento para mais um mandato do Conselho Tutelar de Rio Negrinho.
PERFIL – Quais são seus projetos à frente do conselho?
MARIANE – Agradeço a cada pessoa que deu seu voto de confiança para que eu possa representar a sociedade por mais 4 anos na função de conselheira tutelar para garantir o cumprimento do ECA, investigando denúncias de abusos e determinando medidas para reprimi-las, auxiliando o poder público na elaboração e na implementação de medidas de fortalecimento à proteção das crianças e adolescentes. É importante saber que o Conselho Tutelar é composto por cinco membros, eles formam o Colegiado do Conselho Tutelar. Todas as decisões para aplicação de medidas de proteção são tomadas por votação do Colegiado. Por isso o conselheiro tutelar não pode agir de forma isolada, conforme suas próprias ideias e posições diante dos fatos. O Conselho Tutelar só pode agir de acordo com as suas atribuições, que estão no ECA – Estatuto da Criança e Adolescente, no Artigo 136, incisos I a XX. Meu propósito no Conselho Tutelar é atuar de forma responsável e comprometida com a garantia dos direitos das crianças e adolescentes, atendendo e aconselhando aos pais e responsáveis, pois a família é a primeira e mais relevante instituição para prover as necessidades básicas das crianças, sendo assim, o Conselho Tutelar deve agir em casos de omissão, negligência, maus-tratos ou insuficiência de recursos para garantir o interesse das crianças e adolescentes. Por isso, o Conselho Tutelar busca fortalecer e reordenar o ambiente familiar, eliminando qualquer situação de risco e vulnerabilidade para crianças e adolescentes.
PERFIL – Você acredita que um conselheiro pode ajudar as crianças e adolescentes?
MARIANE – Com certeza. O Conselho Tutelar ajuda crianças e adolescentes para que tenham seus direitos humanos garantidos. Posso dizer que o órgão preza pelo bem-estar da infância e da adolescência, combate a evasão escolar, recebe denúncias de negligência, maus tratos e exploração de crianças e adolescentes, presta apoio e faz acompanhamento temporário do caso, requisita o atendimento em serviços públicos de saúde, educação, trabalho, segurança, serviço social e previdência, encaminha pais ou responsáveis a cursos e programas de orientação, encaminha crianças e adolescentes a programas de proteção, apoio e promoção da família, encaminha ao Ministério Público casos que constituam infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente, assessora o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária em planos e programas de atendimento de crianças e adolescentes, notifica o Ministério Público quando esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou adolescente junto à família, promove divulgação e treinamento para reconhecimento de sintomas de maus tratos em crianças e adolescentes na sua comunidade, mantém o registro de todos os atendimentos realizados, sistematiza as demandas e deficiências na estrutura de atendimento a crianças e adolescentes em nossa comunidade, elabora relatório trimestral com dados referentes ao exercício das suas atribuições, bem como demandas e deficiências aos órgãos competentes.
O trabalho que é realizado pelas conselheiras tutelares, muitas vezes, não é compreendido pelas pessoas, mesmo assim estamos sempre dispostas a atender da melhor forma possível para que crianças e adolescentes possam se desenvolver plenamente. Para que possamos agir na defesa das crianças e adolescentes é necessário que as pessoas denunciem os maus tratos, negligências e violência que perceberem, assim teremos a possibilidade de atuar na proteção desta criança ou adolescente. Vamos juntos cuidar de nossas crianças e adolescentes.
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