Uma comitiva japonesa chegou em Santa Catarina nesta segunda-feira (26), para missão técnica, com o objetivo de verificar o sistema de defesa sanitária animal executado pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), bem como para verificações complementares em agroindústria.
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A intenção é avaliar as garantias para regionalização de foco, em caso de influenza aviária de alta patogenicidade, o que foi proposto pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em 2023. A comitiva, acompanhada dos representantes do Mapa, foi recepcionada pela presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, e pelo secretário de Articulação Internacional, Juliano Froehner.
O secretário destacou a excelente relação entre Santa Catarina e o Japão, com comércio internacional consolidado na venda de carnes de frango, suínos, maçã, entre outros produtos. Relembrou projetos anteriores de cooperação técnica com os japoneses que beneficiaram a produção catarinense, como a importação de cultivares que deram origem aos pomares de maçã, hoje uma das principais riquezas do Estado.
“Temos um histórico muito forte com o Japão. Temos um relacionamento e uma admiração muito grande e uma vontade de trabalhar juntos com esse país cada vez maior”, disse o secretário.
A delegação japonesa está verificando, detalhadamente, o sistema de segurança na produção agropecuária catarinense, principalmente quanto à sanidade animal.
“O que se espera é poder obter do governo japonês a oportunidade de garantir nossa produção por compartimentos, em caso de algum foco de influenza aviária, sem perder toda a exportação do Estado. Este é um precedente importantíssimo e que poderá ser usado em todo o Brasil, se for consolidado aqui”, explicou a presidente Celles.
A perspectiva desta negociação também foi celebrada pelo secretário Juliano Froehner.
“É uma forma de reconhecer Santa Catarina pelo seu trabalho de mais de quatro décadas em prol da sanidade animal. Isto coloca nosso estado em um patamar merecido de reconhecimento internacional”, afirmou ele.
Na recepção à delegação japonesa, Celles Regina de Matos apresentou a estrutura da Cidasc e sua força de trabalho, com mais de mil colaboradores, formada por mais de 200 médicos veterinários dedicados à defesa sanitária animal na companhia.
“Contar ainda com o suporte dos fiscais federais do Mapa é muito importante em um momento como esse, de emergência para o enfrentamento da influenza aviária, cuja abrangência é sobre todo o país”, afirmou a presidente.
Ela também explanou sobre a potência da produção agrícola de Santa Catarina e os volumes de exportação de proteína animal, vegetal e da madeira, o que se relaciona com a garantia da sanidade dos produtos catarinenses.
“A saúde de nossos produtos é o diferencial competitivo. Temos volume, mas nos diferenciamos, sobretudo, pela qualidade do que produzimos”, enfatizou a presidente da Cidasc.
Após a recepção na sala da presidência, a equipe técnica, conduzida pelo diretor de Defesa Agropecuária, Diego Torres Severo, deu sequência aos trabalhos da missão, em conjunto com o Mapa. O grupo foi recebido no Departamento Estadual de Sanidade Animal da Cidasc, na sede da empresa, e a comitiva japonesa prosseguiu até o sul do estado, onde os trabalhos continuarão.
O relatório final deve ser encaminhado após o retorno da comitiva ao Japão e suas deliberações sobre os dados obtidos durante a visita técnica.
Mercado Asiático
O Japão já é um dos maiores mercados importadores da produção de frango catarinense, e tem potencial em comprar outras proteínas animais produzidas em Santa Catarina.
Em 17 de julho, após confirmação de caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), em Maracajá, no Sul catarinense, o Japão suspendeu temporariamente o envio do produto brasileiro para seu país. O comércio com o país asiático rendeu US$ 310,8 milhões, em 2022, a Santa Catarina.
Um mês após a medida, o Governo do Japão retomou as importações, já que o caso de gripe aviária em aves silvestres e de fundo de quintal não compromete o status do Brasil como país livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade.
Dos vinte focos da doença registrados em território catarinense no ano passado, 19 foram em aves silvestres e apenas um em aves de fundo de quintal. Este foco, em Maracajá, foi rapidamente solucionado pela Cidasc, e graças ao trabalho de educação sanitária, prevenção e monitoramento, segue sendo o único.
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