Uma nova pesquisa reforça a ligação entre alimentação e saúde da pele, especialmente no caso da psoríase, uma doença inflamatória crônica que provoca lesões ressecadas e avermelhadas, principalmente nos cotovelos, braços, joelhos e couro cabeludo. O estudo aponta que dietas com perfil inflamatório, baseadas em alimentos ultraprocessados, carnes vermelhas e açúcares simples, estão associadas a quadros mais graves da doença. Por outro lado, padrões alimentares saudáveis podem ajudar a reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
“Os sintomas costumam ser recorrentes e intermitentes e, embora o papel da alimentação nesse contexto ainda não seja totalmente esclarecido, é um tema de crescente interesse científico”.
O estudo analisou 257 adultos com psoríase, que responderam a questionários sobre sua adesão a diferentes padrões alimentares, como a dieta mediterrânea, a DASH (indicada para hipertensão), dietas vegetais e outras com baixa qualidade nutricional. Os dados foram comparados com escalas clínicas de severidade da doença.
O resultado foi claro: quanto mais saudável a alimentação, mais leves eram os sintomas. “Essa relação é coerente com o que já sabemos sobre a fisiopatologia da psoríase. Trata-se de uma doença inflamatória crônica e imunomediada, e a dieta é um fator ambiental com potencial de modular processos inflamatórios sistêmicos”, explica a especialista.
Dietas ricas em frutas, vegetais, leguminosas, oleaginosas, fibras e alimentos minimamente processados oferecem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes que podem atuar no controle da doença. Em contrapartida, o consumo de gorduras saturadas, carnes processadas e produtos ultraprocessados favorece a inflamação crônica — prejudicial não só à psoríase, mas também a outras condições inflamatórias.
Apesar dos benefícios, a alimentação não substitui o tratamento médico convencional, que pode incluir medicamentos tópicos ou sistêmicos. No entanto, ela pode potencializar os resultados terapêuticos e ajudar a controlar comorbidades associadas, como síndrome metabólica e doenças cardiovasculares.
A pesquisa reforça a importância de uma abordagem multidisciplinar no tratamento da psoríase, que leve em consideração não apenas os sintomas cutâneos, mas também os hábitos de vida do paciente. “A alimentação saudável passa a ser vista não como um coadjuvante, mas como parte integrante do plano terapêutico, especialmente em pacientes com sobrepeso ou obesidade, condição que sabidamente agrava o quadro inflamatório da psoríase”, conclui a dermatologista.
Com o avanço dos estudos, cresce a esperança de que a alimentação possa se tornar uma aliada importante no controle da psoríase, contribuindo para uma vida mais equilibrada e saudável.