Nesta quarta (7), 133 cardeais se reunem na Capela Sistina, no Vaticano, para eleger o sucessor de Francisco e, imediatamente após a escolha, definir o nome que o novo papa adotará.
O gesto expressa o propósito de seu pontificado e remonta a uma decisão tomada em 533 para evitar a referência a um deus pagão.
Apesar de Jesus ter rebatizado Simão como Pedro, considerado o primeiro papa, só em 533 Mercúrio di Proietto optou por chamar-se João II, renunciando a “Mercúrio” por causa do culto pagão ao deus homônimo.
Antes disso, os pontífices usavam seu nome de batismo, frequentemente acompanhado do lugar de origem.
Assim que um novo papa é escolhido, ele recebe duas perguntas em latim. A primeira é: “Aceita a sua eleição canônica como Sumo Pontífice?”. Se disser sim, perguntam: “ Como quer ser chamado? ”. É nesse momento que ele define como será nomeado (como “ Francisco ” ou “ Bento ”, por exemplo).
Após o aceite, as cédulas usadas na votação são queimadas. É essa queima que produz a famosa fumaça branca, vista pela multidão na Praça São Pedro.
O novo papa então se retira para a “Sala das Lágrimas”, um pequeno quarto na Capela Sistina, onde veste pela primeira vez as roupas oficiais do cargo.
Em seguida, um anúncio histórico é feito: “Habemus papam!” (“ Temos um Papa! ”). O papa então aparece publicamente na sacada da Basílica de São Pedro e dá a bênção solene “Urbi et Orbi” (“Para a cidade e para o mundo”), marcando oficialmente o início de seu pontificado.
Adotar um novo nome indica a missão que o papa deseja enfatizar: continuidade histórica, renovação espiritual ou compromisso social.
Cada escolha reflete intenções teológicas e políticas, servindo como “primeira declaração” de seu governo.